A instalação de um pára-raios é algo complexa, embora possa parecer simples. Diversos fenómenos interferem na formação das nuvens, raios, corrente electrostática e efeitos electromagnéticos, por exemplo: a temperatura, a poluição, a altitude, os ventos, a ionização, as poeiras, o clima etc, os quais não podemos alterar por nossa livre vontade. Porém podemos influenciar num bom sistema de pára-raios, que se propõe a conduzir o máximo dessas descargas atmosféricas ao solo e assim diminuir os acidentes com raios e efeitos electromagnéticos que atingem principalmente os equipamentos electrónicos sensíveis.
Desta forma, não basta simplesmente instalar um sistema de pára-raios, é importante garantir a sua correcta manutenção de acordo com a Norma Portuguesa NP4426, pois nenhum sistema de pára-raios garante 100% a sua protecção.
Com esta nota técnica não se pretende dar a conhecer as boas práticas de instalação quer de um sistema de pára-raios convencional ou de um sistema do tipo gaiola de faraday. Pretende-se sim, mostrar, que uma boa manutenção ao sistema de captação de descargas atmosféricas garantirá por si só uma maior cobertura do espaço envolvente, evitando problemas na exploração da sua instalação.
A manutenção efectiva deverá ser efectuada anualmente por equipas técnicas credenciadas e com recurso a equipamentos de medição e tratamento próprio.
Pára-Raios, Ligação à Terra e Protecção de Sobretensões são “ferramentas” fundamentais para uma protecção eficaz de pessoas e bens. Por exemplo, nenhum Pára-Raios pode capturar de forma segura a energia de um raio sem uma baixada à terra que seja fiável. Da mesma forma, o Dispositivo de Protecção de Sobretensão mais sofisticado não oferece uma protecção ideal caso não exista uma ligação à terra de baixa impedância. Adicionalmente, um sistema de ligação à terra de baixa impedância pode criar riscos ao equipamento e às pessoas, tal como se a ligação equipotencial não existisse. Qualquer um dos sistemas não funciona por si só, necessitará sempre da interligação com o adjacente.
Desta forma é fundamental garantir o bom estado de conservação das fixações, das hastes captoras, das descidas, dos elementos de ligação, dos piquet´s de terras, com confirmação, por medição da respectiva continuidade eléctrica. O bom estado de funcionamento dos disruptores e dos descarregadores de sobretensão existentes no pára-raios e o valor de resistência de contacto do eléctrodo de terra, no qual não deve ser superior em mais de 50% ao valor obtido aquando da primeira inspecção, nunca devendo exceder 10 Ω.
Classificação dos Edifícios e Estruturas
- Classificação das estruturas quanto às Consequências das Descargas (CD)
- Classificação das estruturas quanto à Altura e Implantação (AI)
CD 1 |
São estruturas sem riscos especiais e não incluídas nos pontos seguintes. |
Estruturas comuns | |
CD 2 |
Edifícios frequentados por grande número de pessoas (escolas, hotéis, cinemas, centros comerciais, quartéis, hospitais, etc.). |
Estruturas envolvendo riscos específicos |
Edifícios cujo conteúdo seja de elevado valor económico ou cultural (museus, bibliotecas, etc.). |
Estruturas sujeitas a riscos de incêndio (armazéns de cortiça, papel, etc.). |
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Estruturas onde existam elementos especialmente sensíveis às sobretensões, nomeadamente componentes electrónicos (computadores, equipamentos de telecomunicações, etc.). |
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CD 3 |
São estruturas cujo tipo de utilização pode fazer com que os riscos esperados como consequência de uma descarga atmosférica se estendam para o exterior do volume a proteger (exemplos: estruturas contendo produtos tóxicos, radioactivos, etc. e estruturas sujeitas a risco de explosão). |
Estruturas envolvendo riscos para as imediações |
- Classificação das estruturas quanto à Altura e Implantação (AI)
AI 1 |
A probabilidade de incidência das descargas atmosféricas vem reduzida se: |
Estruturas em situação de risco atenuado. |
– a estrutura se localiza numa área relativamente extensa e contínua de estruturas de altura semelhante (cidade, florestas, etc.); |
– a estrutura tem à sua volta e nas proximidades imediatas outras estruturas ou objectos isolados, de altura significativamente superior; – a estrutura se localiza num vale escarpado, cuja profundidade exceda a altura da estrutura. |
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AI 2 |
São estruturas cuja altura e implantação não alteram significativamente a probabilidade de ocorrência de uma descarga atmosférica, relativamente à probabilidade de incidência de uma descarga no solo por elas ocupado. |
Estruturas em situação de risco normal. | |
AI 3 |
A probabilidade de incidência de descargas atmosféricas considera-se grande se: |
Estruturas em situação de risco agravado. |
– a estrutura tem uma altura superior a 25 metros; |
– a estrutura se salienta num terreno plano, afastado de árvores ou de outras estruturas; |
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– a estrutura se localiza no alto de uma elevação de terreno significativa; |
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– a estrutura está implantada junto de um desfiladeiro ou penhasco, nomeadamente, na orla marítima. |
Estruturas em situação de risco atenuado |
Estruturas em situação de risco normal |
Estruturas em situação de risco agravado |
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(AI 1) |
(AI 2) |
(AI 3) |
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Estruturas comuns |
DISPENSÁVEL |
ACONSELHÁVEL |
ACONSELHÁVEL |
(CD 1) |
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Estruturas envolvendo riscos específicos |
ACONSELHÁVEL |
NECESSÁRIO |
NECESSÁRIO |
(CD 2) |
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Estruturas envolvendo riscos para as imediações |
NECESSÁRIO |
NECESSÁRIO |
NECESSÁRIO |
(CD 3) |