“A protecção diferencial é a forma mais eficaz de proteger as pessoas e bens, contra os riscos provenientes da utilização da corrente eléctrica”
A utilização da corrente eléctrica no nosso dia-a-dia, implica riscos na sua utilização quer para pessoas como para os seus bens.
Existem 3 tipos de risco:
- Electrocussão / Electrização de pessoas;
- Incêndio;
- Destruição de equipamentos;
O contacto directo entre o indivíduo e a corrente eléctrica pode originar consequências graves no corpo humano, seja como forma de electrocussão (acidente eléctrico que leva à morte) ou electrização (acidente eléctrico que não causa a morte).
A Comissão Electrotécnica Internacional (IEC), efectuou um estudo que estabeleceu zonas / faixas de corrente em miliamperes (mA) que podem ser prejudiciais ao ser humano.
Desta forma existem 4 zonas conforme figura seguinte:
Zona 1: Zona Imperceptível – Correntes abaixo de 0,5mA podem passar por longos períodos pelo corpo sem causar mal ou reações;
Zona 2: Zona Perceptível – Ligeira paralisia dos músculos – As correntes abaixo de 10 mA (10s) e acima de 10 mA (de 10s a 20s);
Zona 3: Zona de reacções reversíveis – Efeitos fisiológicos consideráveis (paragem cardíaca, paragem respiratória, danos musculares) geralmente reversíveis;
Zona 4: Zona de possibilidade de danos irreversíveis;
As normas e regulamentos distinguem dois tipos de contactos perigosos:
- Contacto Directo
O contacto directo refere-se ao contacto de uma pessoa com um elemento que normalmente está sob tensão. Normalmente nestes casos as medidas essencialmente preventivas e de segurança baseiam-se na utilização de barreiras físicas (chaves, acrílicos, etc) e utilização de relés diferenciais;
- Contacto Indirecto
O contacto indirecto é aquele em que um individuo entra em contacto com uma massa condutora que normalmente não está sob tensão, mas que acidentalmente por defeito no isolamento fica sob tensão.
Nestes casos, a protecção é feita utilizando dispositivos diferenciais;
Dispositivos Diferenciais
Um dispositivo diferencial residual é um equipamento de protecção que verifica de forma constante, as correntes residuais existentes (Somatório das correntes dos condutores activos – Fase, neutro e terra é nula).
O equipamento é constituído por três partes:
. Um toro ferromagnético, usado para verificar a corrente eléctrica em estado de funcionamento normal;
. Um sistema de disparo composto por um relé. Assim que existir um desequilíbrio a relé fará disparar uma bobine de disparo;
. Contactos eléctricos, que por acção do relé ou bobine de disparo abrem o circuito eléctrico;
Sensibilidade de um Dispositivo Diferencial:
A sensibilidade de um equipamento de protecção diferencial é expressa pela corrente diferencial residual estipulada – Ian, ou seja o valor proveniente de um defeito e que obrigatoriamente provoca a abertura do circuito;
A norma IEC define 3 categorias de sensibilidade:
- 6 -10 – 30 mA -> Alta Sensibilidade
- 0,1 – 0,3 – 0,5 – 1 A -> Média Sensibilidade
- 3 – 10 – 30 A – > Baixa Sensibilidade
Para protecção de pessoas contra contactos directos / Indirectos devem ser sempre utilizados equipamentos de sensibilidade 30 mA e 300 mA;
Assim, durante a manutenção preventiva a todos os Quadros Eléctricos de uma instalação é fundamental testar a operacionalidade dos equipamentos diferenciais tanto por meio de disparo do botão existente no equipamento como por utilização de Instrumentos próprios (certificador de Instalações Eléctricas) que testam cada diferencial para as suas características (Tempo e Corrente).
Só assim será assegurado a protecção de pessoas e bens.
Equipamento diferencial de 30 mA
Teste efectuado ao equipamento com disparo aos 24,8 ms
No ensaio é introduzida no circuito uma corrente de falha calibrada que provoca o disparo da protecção e por sua vez medirá e indicará o tempo necessário para a protecção actuar.
Equipamento funcional
NOTA: A evidência do cumprimento do plano de manutenção preventiva é indispensável para accionar a garantia de qualquer máquina.